deste lado da ponte, 3

Solidão sempre foi uma palavra comum no meu vocabulário particular. Não me assusta. Eu me lembro de sair de casa para resolver coisas de bicicleta pelo bairro já aos onze anos de idade e, às vezes, para não resolver absolutamente nada. Só ficar rodeando a praça da igreja até cansar ou começar a escurecer. Eu gosto de caminhar por cidades, sentar em um banco, observar o movimento das coisas. Perceber que a vida persiste, triunfa. Apesar de pesares.

Andar só pela cidade é também uma forma de descobrir o quanto as coisas mudam de um quarteirão para o outro. Os prédios cheios de famílias vão sendo substituídos por loteamentos de casas gigantescas. As ruas movimentadas que vão se tornando vazias; arborizadas e apavorantes. Entre a Raposo Tavares e o Morumbi muitas diferenças são criadas, reforçadas, incentivadas. Até as linhas de ônibus rareiam. E os cachorros são menos livres; têm apenas um dono.

Aqui, os registros dos meus passeios na Fundação Oscar e Maria Luísa Americano, na Praça Vinícius de Moraes e nas imediações da Vila Sônia e do Peri Peri.

parte 1 | parte 2

Câmera: Canon EOS Rebel GII
Filme: Solaris 100
Revelação@kodakmafia


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